quarta-feira, 8 de junho de 2011

Conversa no Boteco'


Garçom, traz uma cachaça pra ver se passa a escuridão - Porra de vida!

Eu disse foi muito. Faltei foi ficar doido de tanto falar pra ela e pros outros do meu amor. Repetia feito um disco furado que se ela me desse uma segunda chance, pela milésima vez, eu a amaria infinitamente enquanto durasse. Dizia também, que era bom me dar logo uma chance, porque se não mais tarde já ia ser era tarde.

Tu tinhas era que ver, eu ficava lá na praça ou num banquinho da Av. Frei Serafim com ela e pedia desculpas, ela me olhava, fazia pouco e dizia: "Não tem quem faça acreditar em ti. Tu num vale muito não. Pensa que eu num vejo teu jeito com aquela menina do ônibus?"

Aí eu ficava mais doido ainda, porque não sabia que jeito era esse. Até em mensagem de celular ela falou. Falou em uns domingos à noite, quando me viu por aí com 'a menina do ônibus'... E falava desconfiada de mim. Logo eu, que sou um anjo, um santo, um querubim, um príncipe. Olha, num é por que eu tô na minha frente não, mas eu tenho pra mim que Francisco de Assis perto de mim é ateu e herege.

Ela vinha com umas conversas esquisitas, mas sempre terminava na mesma. Sempre terminava dizendo que não dava mais certo, por que eu já não era tão digno de confiança.

Aí, de uns dias pra cá eu resolvi mudar. Mandei catar coquinho e esbravejei e repeti feito disco furado que qualquer relacionamento resiste a tudo, menos à desconfiança. E se ela já não confiava em mim, então era hora de partir pra outra. Ir à luta. Por que mulher tem é muita. Fui! Mesmo sabendo que o problema é que nenhuma é a que tá no coração da gente. Mas eu já tava era decidido.

E agora, que eu já tava quase no ponto de esquecimento, ela me aparece...

Sabe o Geraldo Azevedo? Então, ele canta algo que é mais ou menos assim: "Dona da minha cabeça, ela vem como um carnaval e toda paixão recomeça...". E foi foi assim mesmo. Veio como um carnaval, fazendo folia em meu coração. Barulho em meus pensamentos... Ela me vem como um vício. Já tava quase em ponto de esquecimento aí ela me aparece pra me oferecer mais... Até perdão ela me ofereceu esses dias. Mas eu tô é forte. Tem uma amiga me dando forças e eu tenho pra mim que em dois tempos eu vou esquecer essa foliã que me aparece como carnaval.

PS: Não tem carnaval... Nem páscoa. O tempo é outro. Problema é se ela me aparecer como festa junina... Aí eu tô é frito.

Garçom, a conta, por favor!

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