sábado, 23 de julho de 2011

Veja bem, meu bem!





Com o passar dos tempos e com os passados tempos aprendemos que nos víamos apenas quando morríamos de saudades. Veja (leia?) bem, meu bem, precisávamos ser mais presentes.  Não tem prosa ou poesia que salvem essas relações que teimam em viver de ausências.

Com os passados tempos é que aprendemos que esses encontros de matar saudade não são tão úteis. Precisa-se de mais presenças. Cê sabe. Sabemos. Mas agora é tarde.

Precisávamos de presenças para que pudéssemos unir nossas doses de ironias e tomar nossas doses de Cajuína, ouvindo, pra variar, aquele CD do Caetano. “Drão, o amor da gente é como um grão, uma semente de ilusão”. Lembra?

Nossas ausências fizeram aquele amor morrer. Sabíamos que poderia ser assim. Problema é que fomos crianças e acreditamos que seria pra sempre. Que crianças fomos nós, hein?

De repente, não mais que de repente, aquela coisa de só querer saber do que podia estar perto foi ficando pra trás. Começamos a ficar longe no convívio e nos olhares. Até nos alôs. Alôs?!

Com os passados tempos e com as certezas de que tudo já era sem jeito é que aprendemos que estávamos fazendo quase tudo errado. Acreditávamos demais que teríamos todo o tempo do mundo.

Eu fico comovido de lembrar-me das Cajuínas, das suas doses “ordinárias” de Campari, dos beijos e outras mumunhas e manhas mais. Se tivéssemos sido mais presentes teríamos viajado. Ah, a viagem. E os shows que não fomos?!

Tínhamos qualquer coisa de inconseqüente ou coisa parecida. Medimos esforços e nem nos demos conta que ausências acabam qualquer coisa. Não tem prosa ou poesia que salvem relações que vivem apenas de matar saudade.

Cada sonho teu me abraçava. Ah, o teu sorriso tão doce de olhar e de ouvir!

O certo é que com o passar dos tempos aprendemos a importância da presença. Com os passados tempos aprendemos que não se pode viver apenas de matar saudades.

PS: “[...] E aí me recorda aquela história da gente dançar como um par [...] Juras e beijos e abraço, regaço escondido pra noite durar. No teu sorriso, cabelo comprido, um adorno com a flor no lugar. Contorço no colchão, confronto a solidão e volto a dormir [...]” (Mula Manca)

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